O legado em preto e branco da descoberta da tumba de Tutankhamon

Quando as pessoas rememoram a descoberta da tumba de Tutankhamon, provavelmente pensam na cor dourada do ouro encontrado no interior da sepultura. Já eu? Eu penso em preto e branco.

A tumba de Tutankhamon foi descoberta em 4 de novembro de 1922 e foi a primeira tumba do Egito a ter um extenso book fotográfico, por assim dizer. Em parte, isso se deve ao fato de ter sido uma tumba encontrada praticamente intacta e ao Howard Carter (o arqueólogo descobridor) ter visto a necessidade de registrar os artefatos encontrados (que somam cerca de 5.000, um número bastante impressionante para uma única sepultura). Quem registrou a descoberta foi Harry Burton, um fotógrafo extremamente competente, que nos presenteou com registros incríveis tanto da tumba em si quanto dos artefatos.

Recentemente, achei isso bem engraçado porque outro dia me deparei com uma publicação em uma rede social de um turista no Egito que tirou uma foto da tumba de Tutankhamon vazia. Fiquei bem surpresa ao ver que a tumba tinha um piso de madeira (colocado recentemente, é claro) e eu simplesmente não sabia disso. Refleti um pouco, tentando compreender meu desconhecimento disso (afinal, estamos falando de Tutankhamon, o cara que me introduziu à egiptologia!). Percebi quais eram os motivos: primeiro, porque sempre “visitei” a tumba virtualmente, especialmente para gravar vídeos explicativos sobre as imagens presentes nela; segundo, minhas referências sempre foram as fotos de Harry Burton!

Ou seja, a visão que eu tinha da tumba de Tutankhamon era a mesma que os arqueólogos tinham no início do século 20! Senti-me praticamente uma viajante no tempo ao olhar para pisos de madeira na tumba.

Este ano, em 2023, a tumba completou 101 anos de descoberta e mais uma vez não vimos nenhum evento relevante. Mas, nesta época, gosto muito de revisitar as fotos tiradas por Harry Burton. Para mim, elas possuem uma magia inalcançável. É uma viagem no tempo, uma cápsula para o passado e para o presente e futuro. Não me canso de pensar nelas, tanto que gravei um vídeo onde comento sobre algumas curiosidades históricas, tanto da descoberta quanto da vida de Tutankhamon, que podemos enxergar por trás dessas imagens.

Essas fotos sempre arrancam suspiros de mim e sempre me lembram o motivo pelo qual gosto tanto de arqueologia. Não é pelos “tesouros”, não é sobre “colocar nosso nome na história”, é sobre tornar o passado tão próximo e acessível.

3 comentários em “O legado em preto e branco da descoberta da tumba de Tutankhamon”

  1. Jorge Luiz Borges Cavalcanti

    Concordo com vc, é uma maneira de conhecer uma parte da história e das civilizações que passaram a milênios neste nosso planeta azul, acredito que existam muitos mais mistérios a serem descobertos não só no deserto como também nas pirâmides e na esfinge, dentre as civilizações antigas, a que sempre me atraiu foi a egípcia, espero como vc um dia ir até lá!

  2. Sou apaixonada pelo Egito, quando era criança queria ser arquiológa, graças ao Indiana Jones, espero quando toda essa guerra passar ,tenhamos paz, gostaria de conhecer o Egito.

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